13.11.12

Somos dois sois sem cura alguma. Demonstramos pouco mas sentimos demasiado. Oh, eu acho que somos anjos. Anjos mortais. Dizem que crianças tão puras como nós, não morrem. E eu acho que é esse o nosso caso. E agora, sentada aqui no cadeirão da minha sala, escrevo-te uma carta a relatar como fora o meu dia. Nada mudou, exclusivamente tu. Tu preenches-me um bocado da alma. Tu consegues desatar-me aos berros de tanta risada, aos risos mais altos! Não sei se já reparaste, mas nós unimos as nossas vozes numa só. O meu gira-discos está cheio de músicas nossas. Ouço-as todos os dias, e pretendo ficar com elas até ao fim. Mas... que fim? esqueci-me, nós não vamos morrer. Nós vamos sobreviver a tudo e todos. Chegámos aqui, e vamos chegar até ao além. Quero saber uma coisa sobre ti. Sobre nós, aliás. Tu já aprendes-te a confiar em mim? ou ainda sentes dúvidas das minhas intenções? pois se tiveres, não hesites, visita-me, e vamos beber café esta noite de lua cheia, temos tanto para conversar. 
Acabei a carta. Vou dobrá-la, e coloca-la num envelope. Feito. A tua aurora polar sentiu as minhas palavras a dirigirem-se a ti. Não é preciso muito para me entenderes.

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