Eu sabia que eras tu papá. Saís-te do meu quarto, e eu deixei-me levar pelo conforto dos meus lençóis, enquanto ouvia o rádio a cantar suavemente aos meus ouvidos. Mas como te lembraste desse pequeno pormenor? sempre tive um encantamento único por música japonesa, e tu soubeste como me pintar de sorrisos serenos logo pela manhã. Meti um rebuçado de mentol à boca, e acho que as minhas narinas pressentiram a tua presença. Observei por um pouco, o quadro que a minha mamã me fizera há sete anos atrás. Continuava aparentemente apresentável e bonito. Tão bonito como tu. E reparei ao longo do tempo, que uma simples pintura tua, mudava os meus dias. Mudava-me. Sim, eu sou daquele tipo de pessoa que se apega rapidamente às outras. Pode ser que seja um defeito. Mas por um lado, quer dizer que tenho coração. O meu coração é gigante, tão gigante que cabe lá dentro o universo!
Antes de sair pelo portão, pintei os lábios de vermelho e só depois, é que optei por me dirigir ao jardim. A colmeia do meu avô parecia saudável. Este cheiro a mel... tão sedutor. Entreguei-me às folhas secas que estavam deitadas a descansar na relva que cheirava a frescura. Aquela manhã parecia despertar algo novo. É isso! Eu quero novidades, eu quero um mundo melhor.

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