Ouvi a tua voz. Acordei na esperança que estivesses ao meu lado. Mas, pelos vistos, abandonaste-me aqui, sozinha no teu jardim. Olhei o meu redor, e não te vi em nenhuma parte. Porquê que és sempre o mesmo? porquê que me deixas nesta angústia? nunca sei quando apareces, nem sei como te encontrar. Mas agora, que sei onde moras, posso te fazer umas visitas de vez em quando.
Fui até à paragem e fiquei lá à espera do autocarro. Provavelmente nunca mais irias aparecer. Por agora, tive de me contentar com o último maço de tabaco que trouxe. Puxei um e aproveitei para deitar tudo cá para fora. Ouvi de longe o regresso do autocarro, deitei as cinzas para o chão e subi para dentro. Caminhei até a um dos últimos lugares, e, por minha grande curiosidade, encontrei-te a olhar-me. Anda cá coração. Aproximei-me do teu olhar e sentei-me numa das tuas coxas. Porquê que não esperaste por mim? E... aonde foste? Beijaste-me a testa e logo de seguida, respondeste: Não esperei porque não te queria acordar e aproveitei para passar pelo café mais delicioso do mundo. Da tua mochila, tiraste uma caixa de cartão com um croissant no seu interior. Toma, é para ti, espero que gostes meu doce. Então, assim foi, a minha alma juntou-se à tua. Eu senti o aroma do amor a subir por mim adentro.

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