10.11.12

Ora, mal acabei de ver o álbum inteiro, guardei-o comigo, e reconfortei as memórias num cantinho bem quente do meu coração. Fui ao meu armário buscar uma manta, lá fora chove, e estou com um pouco de frio em todo lado do meu corpo. Até a alma se resfriou. Dói-me a garganta, e o que vinha mesmo a calhar, era outro rebuçado de mentol, aqueles que me viciaram.
Coloquei a manta com padrão de rosas em cima da coberta polar da minha cama, e deitei-me de barriga para baixo em cima dela. Estiquei o meu braço até à secretária, onde estava o meu caderno aberto na página do desenho do veado.
Ainda não o tinha acabado, e completei-o sombreando o seu pelo. Sem contar, deixei cair a minha borracha ao chão, levantei-me, e, quando me ia a abaixar, ouvi um bater leve na janela. Ergui-me, e vi a tua mão a pousar um pacote de rebuçados em cima do parapeito. Eu sabia que mais tarde ou mais cedo te irias lembrar de mim.

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