17.11.12

Eu sou um livro que ninguém quer ler. Eu sou uma humana que ninguém se interessa em conhecer. Que raios fiz eu para ter tantas folhas? Talvez seja demasiado produtiva e idiota. A cada segundo que passa, surge-me uma ideia diferente. Todos os dias quero impressionar as gentes que andam na rua. Não existe nenhuma manhã em que eu não realce as minhas pestanas com rímel. E além disso, nunca me esqueço de pintar as unhas, especialmente de verde tropa. Todas as noites, bebo chá morno, e nos dias mais coloridos, coloco um pouco de açúcar para agitar o fundo da chávena. Aos fins-de-semana, dou uma volta pelo mundo, sozinha ou não, vou sempre. E uma tarefa que cumpro todos os dias, é comportar-me como uma personagem animada. Nas tardes em que resmungo por tudo, tomo café. De cinco em cinco horas, saboreio um rebuçado de mentol. E para terminar, dizem que as minhas íris confundem-se com o céu. Sou assim tão bela para confundir as pessoas com a natureza?

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