18.11.12

Arranjei uma maneira confortável de me sentar no telhado por cima da minha casinha. Da minha mala, tirei o meu telescópio, posicionei-o à frente de um dos meus olhos, e fiquei a observar as constelações. Aqui fora está frio, ainda bem que trouxe o meu cachecol. Cada vez que respirava, saía uma nuvem de bafo. Grrrr, gostava tanto que estivesses aqui a mimar-me e a proteger-me deste griso...
A mamã trouxe-me uma alçadeira com café, subiu o escadote e pousou-a ao meu lado. Coloquei-a em cima das palmas das minhas mãos, as minhas veias estavam a ficar quentes, mas a minha alma permanecia fria e gelada. Quem sabe, se não haverá uma constelação com o teu sorriso, e se fosse possível haver, era capaz de apanhar um foguetão só para poder observar de perto. Apetecia-me dormir ali, porém aqueles ventos que me cortavam a respiração não me deixavam. Fui para dentro, liguei o aquecedor e arrastei-o até ao interior do meu quarto. Fechei a porta para que ninguém me pudesse perturbar. Na minha escrivaninha estava o meu batão, uma pena e um tinteiro. Sempre achei algo de artístico escrever com penas em papel antigo. A cama estava fechada, e não me apetecia tirar os cobertores para fora. Encostei-me à parede, as minhas costas foram derramando-se até cair no chão. Cruzei as pernas e pus a minha cabeça entre elas. Queria passar esta noite contigo a comer rebuçados de mentol.

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