10.11.12

Antes de voltar para casa, passei pelo meu jardim, e procurei mais uma vez por um trevo de quatro folhas. Infelizmente, a minha tentativa falhou. Mas quando é que ele vai aparecer? estou mesmo a precisar de sorte, até porque eu não sou uma pessoa muito sortuda... ou talvez a sorte não goste mim. 
Nem sei se me devo acreditar em trevos. Sou tão infantil, que até acredito que exista princesas e príncipes. Mas porque não acreditar? talvez eu seja uma, mas sem coroa. 
O Sol desvaneceu-se entre as nuvens, e o céu enublou. Um chuvisco começou a cair e a molhar o meu cabelo. Rapidamente, fui para dentro de casa, e subi as escadas até ao meu sótão. 
O seu ar de mistério continuava vivo, e nada mudara. É para aqui que eu me refugio e também quando quero-me inspirar em algo.
As minhas canetas de filtro encontravam-se espalhadas pela madeira, e pelos tapetes que dobravam nas pontas. Tudo era confuso, e nada fazia sentido ali dentro. Tal como eu.
Sentei-me no sofá de couro, que estava roto no assento. Peguei no meu caderno de desenhos, coloquei-o em cima das minhas pernas e tentei desenhar um veado. Ao primeiro parecia tudo menos um, mas ao longo das linhas que fui traçando no papel, tornava-se mais real. Tudo leva o seu tempo, mas será que algum dia vou ser uma pessoa real? Ou estarei a viver um sonho, que parece não ter fim? Existem tantas perguntas por responder, e se calhar é bem possível não haver explicação.

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